“Estou farto que digam que sou gay, só porque danço ballet”
A dança é um tipo de manifestação artística que utiliza o corpo como ferramenta criativa. Geralmente, esta forma de expressão vem acompanhada de música.
Infelizmente, ainda existe algum preconceito relacionado com a prática de Dança, já que, socialmente, a ideia é que a Dança representa uma prática ligada ao Mundo feminino. E esse pensamento está ligado a clichés construídos pela sociedade a fim de classificar e normalizar atitudes femininas e masculinas.
Pensamentos culturais sobre como homens e mulheres devem comportar-se ou qual o seu posicionamento na sociedade, influenciaram nitidamente a Dança como prática social.
No passado sábado, 26 de junho, ocorreu, no palco Muxima, uma mesa redonda organizada pela ALC Dance Studios com o tema “A dança é só para meninas!”.
A abrir este evento esteve o mentor e cofundador do projeto DMAES, Ricardo Sousa, contando ainda com a presença de Jorge Ascensão, psicólogo clínico; Elisabete Guedes, mentora e CEO do projeto YouBig (projeto que passa por incutir nas crianças determinados valores, com o objetivo de prevenir vários problemas sociais); Rita Braga, Catarina Braga, Bruno Sousa e Ricardo Amoêdo (professores da ALC Dance Studios); Hugo Leite (pai e DJ profissional).
Em pleno século XXI há coisas que já não deveriam acontecer, no entanto elas acontecem, tal como o “Bullying” no geral e no particular, na escola e em casa, na dança e em volta dela.
A ideia de organizar esta mesa redonda, surgiu quando uma das professoras ALC Dance Studios – Rita Braga – comentou com Ricardo Sousa (mentor e cofundador do projeto) que uma amiga dela encontrou na mochila do filho, com cerca de 11 anos, um bilhete que dizia algo do género: “Estou farto que digam que eu sou gay, só porque danço ballet. Tenho a certeza que se eu morresse, ninguém se importaria.” Logicamente esta notícia, emocionou bastante todos os envolvidos.
Como tal, neste dia de excelentes intervenções do painel presente, assim como partilhas excecionais dos presentes na plateia, perceberam que este desafio social, continua a existir e é constante na vida das crianças.
O “Bullying” está longe de ser extinto e não é, de todo, um problema social simples de resolver, no entanto, concordaram que a única forma de evoluir é com conhecimento e partilha. Fazem a sua parte diariamente, tentando sensibilizar quem os vê.
Gratos a todos, público presencial e online, a ALC Dance Studios espera realizar eventos, deste género, com mais frequência.